sexta-feira, outubro 2

LUTERO E O LIVRE-ARBÍTRIO


Se existe realmente o “livre-arbitrio”, ele não parece ser capaz de ajudar os homens a atingirem a salvação, porquanto os deixa sob a ira de Deus (p. 19).

A conversão de qualquer pessoa acontece quando Deus vem até ela e vence-lhe a ignorância ao revelar-lhe a verdade do evangelho. Sem isso, ninguém jamais poderia ser salvo (p.20).


Judeus e gentios constituem a totalidade da humanidade, e todos eles estão debaixo da ira de Deus. Ninguém tem a capacidade de voltar-se para Deus. Deus precisa tomar a iniciativa e revelar-Se a eles (p. 20).

Ora, se todos os homens são possuidores de “livre-arbitrio”, e todos os homens são culpados e estão condenados, então esse suposto “livre-arbitrio” é impotente para conduzi-lo à fé em Cristo. Por conseguinte, a vontade dos homens, afinal, não é livre (p. 21).

Diz Paulo aos Romanos 7.7: “...pois não teria eu conhecido a cobiça, se a lei não dissera: Não cobiçarás”. Isto significa que o “livre-arbitrio” nem mesmo reconhece o que o pecado é! Como, pois, poderia chegar a conhecer o que é certo? E, se não sabe reconhecer o que é certo, como poderia esforçar-se por fazer o que é certo?

Comentando Rm. 3:21-25. Essas palavras são como raios contra a idéia do “livre-arbitrio”. Paulo faz distinção entre a justiça conferida por Deus e a justiça que vem mediante a observância da lei. O “livre-arbitrio” só poderia ser uma realidade se o homem pudesse ser salvo mediante a observância da lei (p. 26).

Aqueles que não têm fé não estão justificados; e aqueles que não estão justificados são pecadores, nos quais qualquer suposto “livre-arbitrio” só pode produzir o mal. Portanto, o “livre-arbitrio” nada é senão um escravo do pecado, da morte, de Satanás. Tal “liberdade”, enfim, não é liberdade alguma (p.32).

Como eu gostaria que meus opositores percebessem que quando advogam a causa do “livre-arbitrio”, estão negando a Cristo. Se podemos obter graça divina mediante o nosso “livre-arbitrio”, então não temos necessidade de Cristo. E, se temos a Cristo, não precisamos do “livre-arbitrio” (p.35).

Comentando Jo. 6:44,45. A vontade humana, por si mesma, é incapaz de fazer qualquer coisa para vir a Cristo em busca de salvação (p. 37).

Confesso que eu não gostaria de possuir “livre-arbitrio” ainda que o mesmo me fosse concedido! Se a minha salvação fosse deixada ao meu encargo, eu não conseguiria enfrentar vitoriosamente todos os perigos, dificuldades e demônios contra os quais teria que lutar (p. 39).

Um homem piedoso crê que Deus conhece de antemão e pré-ordena todas as coisas, e que nada acontece, senão pela sua soberana vontade. Nenhum homem, ou anjo, ou qualquer outra criatura, em vista de tais fatos, é dotado de “livre-arbitrio”. Satanás é o príncipe deste mundo e conserva cativos todos os homens, a menos que eles sejam libertos pelo poder do Espírito Santo (p. 41).

O poder do “livre-arbitrio” resume-se nisto- Satanás domina-o inteiramente, de tal maneira que o “livre-arbitrio” rejeita a graça de Deus. E também rejeita o Espírito Santo, o qual cumpre em nós a lei, visto que o “livre-arbitrio” imagina que é capaz de obedecer à lei mediante os seus próprios esforços (p. 65).

Você garante que todas as pessoas são idênticas - todas possuem “livre-arbitrio”. Todavia é a eleição por Deus que estabelece a distinção entre os homens. Sem a eleição divina, todos estão livres apenas para desafiar a Deus. Mas, você afirma que não há eleição. O resultado disso é que você está diante de um Deus impotente, e homens e mulheres estão sendo salvos ou condenados sem o conhecimento dele. Deus meramente exibe diante deles a sua bondade, e em seguida, nada mais pode fazer, senão, talvez, ir participar de algum banquete! Isso é o máximo que a razão humana pode conceber (p. 71).



Todas as citações são de: LUTERO, Martinho. Nascido Escravo, 2ª Ed.. São Paulo: FIEL, 2007.

GRAÇA PLENA


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