Não sua santidade, não sua sabedoria, não sua influência, nem seu dinheiro ou sua capacidade de evangelismo. Tudo isso é lixo perto de uma coisa: A misericórdia do Senhor!
O único motivo pelo qual você e eu não somos lançados nesse instante no lago de foto é que Deus têm misericórdias de nós! Não haveria força no universo capaz de segurar a mão de Deus contra os pecadores além de sua própria misericórdia, de sua “compaixão suscitada pela miséria alheia” (Aurélio). A razão pela qual todos nós somos merecedores do eterno tormento é nossa própria miséria: “cada qual será morto pelo seu próprio pecado” 2Cr 25.4. Misericórdia é justamente isso, quando Deus olha para esses miseráveis pecadores, nós todos, e tem compaixão.
De modo que um homem que nasceu e cresceu “cristão”, policiando-se para não pecar, é tão merecedor do inferno e tão carente da misericórdia quando um cafetão, ou traficante ou quem quer que seja. Por isso “... com Deus não há acepção de pessoas” Rm 2.11. Todos quantos creem são nivelados em Cristo. E é essa misericórdia, coexistente em Deus antes do universo, manifesta no Calvário em Cristo na “plenitude” dos tempos (Ef 1.10). Por isso, aqueles que se dizem “cheios do Espírito” não podem ficar se achando ‘gospelstars’. Lewis já pensava algo interessante, do tipo, que Deus não nos julgará pelo lugar em que chegamos, mas pelo quanto progredimos do local de partida. Não pelo Km em que estamos, mas pelo quanto andamos para frente. A misericórdia de Deus nos puxa para frente. Dá-nos o direito de crer que a salvação é possível. Como um ímã ela nos atrai com uma força esmagadora. Ninguém terá desculpas, Deus em sua justiça tem nos atraído a si por milênios. Suas misericórdias são a “água mole em pedra dura”. Uma força insistente, desconfortante, esmiuçadora. De fato, “as misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos”...